domingo, 29 de março de 2009

Do Viomundo:O revisionismo histórico de Dom Dadeus

O revisionismo histórico de Dom Dadeus
Atualizado em 28 de março de 2009 às 16:23 Publicado em 28 de março de 2009 às 16:10
por Luiz Carlos Azenha
A Igreja Católica vai abraçando aos poucos a extrema-direita mais elitista, reacionária e antisemita. O arcebispo de Porto Alegre, dom Dadeus Grings, é reincidente no revisionismo histórico. Além disso, como se pode observar abaixo, há discrepância entre as entrevistas que ele deu à Agência Folha, em 2003, e ao jornal gaúcho Zero Hora, em 2009. Em 2003, falando à Folha, ele afirmou claramente que faltava comprovação para a cifra de judeus mortos pelos nazistas. Agora, em 2009, ao Zero Hora, diz que a polêmica de 2003 foi suscitada por um artigo antigo, de 1990, sem mencionar que reconfirmou o conteúdo em declarações dadas à Folha. Será que o dom Dadeus desconhece a existência da internet? Se ele toma esse tipo de liberdade com a verdade factual é mais um motivo para desconfiar do revisionismo histórico que pretende fazer.
Fiquem com algumas informações:
23/03/2003 - 10h06Arcebispo minimiza Holocausto judeu
LÉO GERCHMANNda Agência Folha, em Porto AlegreO arcebispo de Porto Alegre, dom Dadeus Grings, 66, desconsiderou, em artigo, o Holocausto -- genocídio praticado pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), que, segundo registros históricos, matou 6 milhões de judeus. Representante do conservadorismo católico, Grings diz ter havido 1 milhão de judeus mortos no Holocausto dentro do universo de 22 milhões de vítimas fatais. O artigo está no site www.portaldocatolico.com.br.''Sem entrar na questão de número das vítimas, que tem muito de ideológica, é preciso reconhecer, como historicamente comprovado, que o nazismo provocou em torno de 22 milhões de mortes, sendo que os judeus participam desta cifra com cerca de 1 milhão. Portanto a grande vítima do nazismo não foram os judeus, mas os cristãos'', diz Grings.Questionado pela Agência Folha a respeito do fato de que pessoas eram mortas pelo simples fato de serem judias, afirmou: ''O número de 22 milhões já foi comprovado. Os 6 milhões, não. Há historiadores que divergem. E se forem 6 milhões, o que isso representa dentro de 22 milhões? Nós, católicos, fomos as principais vítimas do Holocausto''.Defendendo o papa Pio 12 (que exerceu o pontificado durante a Segunda Guerra e é acusado de omissão em relação ao nazismo), o arcebispo aumenta o tom na crítica aos judeus e chega a colocar em dúvida a "utilidade" da salvação de vidas. ''Os judeus denigrem a imagem de Pio 12. Valeu a pena ele fazer tanto esforço para salvá-los? Os judeus são ingratos'', diz. ''Não sei qual o interesse em denegrir a imagem de Pio 12, um dos nossos grandes papas. Essa campanha só pode ser dos judeus. Não sei por que fazem isso.''No artigo em que relativiza o Holocausto judeu, Grings afirma: ''Pio 12 dirigiu a Igreja nos difíceis tempos da Segunda Guerra Mundial e da Guerra fria, com uma sabedoria que se tornou modelar''. Citando ''um historiador judeu'', Grings afirma no artigo que o papa salvou 850 mil judeus ''durante o período da dominação nazista''.Trajetória polêmicaGrings, que assumiu o arcebispado em fevereiro de 2001, já provocou outras polêmicas.No início do ano passado, lançou uma cartilha de orientação aos católicos para as eleições à Presidência e ao governo do Estado. Recomendava o não-voto em candidato com as seguintes características, entre outras: que prega o marxismo, que ''propaga que, em matéria de sexo, não existe certo ou errado''; que ''incentiva invasões de propriedades legitimamente adquiridas''.Em encontro com empresários na Federasul (Federação das Associações Empresariais do Rio Grande do Sul), em junho, disse que a igreja estava afastada do PT -- que ''saiu dos fundos das sacristias'' -- e que ''os padres que simpatizam com o PT não representam a igreja''.Em cartilha agrária lançada por ele no final de 2002, há fortes críticas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
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Koutzii sugere a dom Dadeus que peça desculpas aos judeus
Por: Por Cris Gutkoski/Assessoria do parlamentar, com edição da Agência de Notícias
Data: 27/03/2003 - Hora: 16:26 Em pronunciamento de hoje (27) na tribuna, o deputado Flavio Koutzii (PT) sugeriu a dom Dadeus Grings, arcebispo de Porto Alegre, que peça desculpas por ter minimizado as mortes de judeus no Holocausto, em recentes artigo e entrevista. Segundo o deputado, no site www.portalcatolico.com.br, dom Dadeus diz que "as grandes vítimas do nazismo não foram os judeus, mas os cristãos".O deputado contestou também as declarações do arcebispo de que teria havido 1 milhão de judeus mortos no Holocausto, dentro de um universo de 22 milhões de vítimas fatais da Segunda Guerra Mundial. "Todo o mundo sabe que os 6 milhões de mortos judeus são uma conta trágica, que está nos livros de História e na dor infinita de um povo, o que é difícil até de relembrar. Os judeus foram mortos porque eram judeus, não porque eram soldados de algum país que enfrentou as forças da Alemanha, do Japão ou da Itália. É claro que sua excelência reverendíssima, um homem culto, preparado, meditativo e piedoso, não devia fazer esse raciocínio. Não devia contribuir para uma revisão histórica que todo mundo sabe ser feita por setores nazifascistas."
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Do jornal Zero Hora, em 27/03/2009:
O arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, criou polêmica nesta semana ao afirmar à Press & Advertising, revista sobre imprensa e publicidade no Estado, que os católicos e ciganos foram mais sacrificados que os judeus na II Guerra Mundial, "mas isso não aparece porque os judeus têm a propaganda do mundo". A Federação Israelita do Rio Grande do Sul (Firs) divulgou nota repudiando as declarações.No começo da tarde desta quinta-feira, o prelado concedeu entrevista a Zero Hora:Zero Hora -Sua entrevista causou muito desconforto. O senhor não imaginava que isso ocorreria?Dom Dadeus Grings - Eu não falei contra o Holocausto, pelo contrário, acho que os judeus fazem muito bem em lembrar as suas vítimas. É justo. Sofreram uma dor terrível. O que não acho justo é que se esqueçam todos os demais. Os ciganos foram dizimados, os homossexuais, e não se fala nada. A União Soviética, em 70 anos de domínio, matou 110 milhões de pessoas, isso não se pode esquecer. Em defesa de um grupo, esquecer os demais, não me parece muito justo. Não estou diminuindo a lembrança que os judeus fazem com muita garra. Mas temos de lembrar também dos demais. Ninguém fala quase da tragédia do marxismo. No nazismo, foram 26 milhões de vítimas.ZH -Para ressaltar as outras vítimas é necessário fazer comparações com o Holocausto, já que é um assunto...Dom Dadeus - Não, não, os judeus, com muita razão, prezam e homenageiam os seus mortos. Mas nós não podemos omitir os nossos.ZH -Mas os judeus foram mortos por serem judeus...Dom Dadeus - E os cristãos, por serem cristãos. Na Iugoslávia, se alguém fizesse um batizado, era morto. Então, também temos de denunciar com muita clareza que os regimes totalitários que fazem prevalecer ideias sobre a vida são sempre muito prejudiciais à humanidade.ZH -O senhor acha que foi mal interpretado?Dom Dadeus - Acho que sim, eu não falei nada contra eles.ZH -Em 2003, o senhor já havia dito que haviam morrido 1 milhão de judeus, não 6 milhões.Dom Dadeus - Em 2003, republicaram um artigo que era de 1990 e poucos. Reeditaram aqui.ZH -Mas o senhor escreveu...Dom Dadeus - Quando publicaram aqui em Porto Alegre é que repercutiu.ZH -Isso não pode estremecer as relações inter-religiosas?Dom Dadeus - Não, pelo contrário, até é bom para esclarecer os pontos.
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Da Federação Israelita:
Resposta às declarações do Arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus GringsNos surpreendem as declarações do arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, publicadas pela revista Press. Não é a primeira vez que o religioso se refere ao Holocausto de forma distorcida. Nós, brasileiros de todas as origens, construímos através de décadas uma tradição de convivência pacífica e harmoniosa. Afirmações como as de Dom Dadeus não contribuem em nada para este modelo que serve de inspiração a outros países. Reduzir ou relativizar o Holocausto agride a memória de milhões de mortos numa guerra iniciada pelo fanatismo e pela intolerância.O próprio Vaticano, nos últimos anos, adotou uma postura aberta e transparente em relação ao assassinato de seis milhões de judeus. Aliás, as relações entre a Igreja Católica e a comunidade judaica nunca foram tão boas. Em maio, o Papa Bento XVI visitará Israel.Na contramão dessa realidade, mais uma vez Dom Dadeus destoa dos seus semelhantes ao usar argumentos sem qualquer valor moral ou científico. Morreram menos judeus na II Guerra porque havia e ainda há menos judeus no mundo. Proporcionalmente, a chacina minimizada pelo arcebispo significou a aniquilação da maior parte de um povo que já era pequeno.Manifestamos a esperança de que Dom Dadeus reflita sobre as suas declarações. Ele é um homem de fé e de paz. Esteve na posse da diretoria da Federação Israelita há poucos dias, o que muito honrou e sensibilizou a comunidade judaica gaúcha. Entretanto, ao reproduzir estereótipos criados pelos nazistas, Dom Dadeus se posiciona do lado errado da História. Suas declarações agridem não só aos judeus, mas aos milhões de ciganos, portadores de deficiência, homossexuais e adversários do regime nazista que foram igualmente assassinados.A única forma de impedir que a barbárie perpetrada pelos nazista se repita — contra os judeus ou contra outras etnias ou segmentos religiosos - é respeitar sempre a memória, com seriedade, fraternidade e honestidade. É isto o que esperamos de Dom Dadeus Grings e dos homens e mulheres comprometidos com a verdade e com a justiça.Porto Alegre, 26 de março de 2009.Henry S. ChmelnitskyPresidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul

wilson yoshio (28/03/2009 - 21:38)

Vou no solidéu panfletário desse acRebispo:Dom de Deus, dá adeus,ao gringo!

Quem empresta ao pobres, dá adeus.

.dizem que banco judeu só empresta a, quem tem nome bíblico, cinco estrelas(de davi)no talão, dois avalistas circuncidados,jurando sobre o torá que vai pagá...

se der exodo , passagem prá palestina-tour,e aplicação da lei de talião,ouro por ouro...sem amassada do mossad,sem quebras do madoff, sem muro de lamentações.

(no forum social mundial de porto alegre, 2003, o primeiro do recém-empossado Lula, brimo balançava bandeira e bradava..."biba, biba a palestina!"

fazendo coro, pstu, cut, brasas na geral.judeu, rosado, acompanhado do filho tentava..."veja que Eles faz com nossas crianças ( mostrando fotos de prostrados ).coitado, acho que não conseguiu convencer ninguém.)

mas o aCrebispo tem razão: os marqueteiros do povo escolhido são bons. sobre isso postei em 2007: a bomba atômica X o holocausto.tá no google, ou http:/blogolicosbononimos.blogspot.com

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